Quem era o delator do PCC executado a tiros no Aeroporto Internacional de SP

  • 11/11/2024
(Foto: Reprodução)
Vinicius Lopes Gritzbach prestou depoimentos ao Ministério Público nos últimos 6 meses. Ele era acusado de ter mandado matar um dos integrantes do PCC e seu motorista em 2021. Polícia Militar afasta policiais que serviam de segurança para empresário executado no Aeroporto de Guarulhos Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, executado a tiros no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na sexta-feira (8) entregou esquemas criminosos do Primeiro Comando da Capital (PCC) e de corrupção policial em depoimentos dados ao Ministério Público de São Paulo nos últimos meses. Gritzbach era réu em processo por lavagem de dinheiro da facção criminosa. Ele teria atuado para lavar R$ 30 milhões provenientes do tráfico de drogas. ✅ Clique aqui para se inscrever no canal do g1 SP no WhatsApp Segundo fontes da Polícia Federal, a maior parte dessas operações de lavagem foi feita com a compra e venda de imóveis e postos de gasolina. Em seus depoimentos, Gritzbach detalhou esquemas do PCC, deu pistas de ilícitos cometidos pela facção e prometia entregar mais informações. Por isso, a suspeita principal no momento é que seu assassinato foi uma queima de arquivo motivada por vingança. Ainda segundo as investigações, ele chegou a ter influência em células do PCC, como participação no tribunal do crime -- quando se avalia se um integrante deve ou não ser assassinado por deslealdade à facção. Gritzbach foi morto no Aeroporto Internacional de São Paulo Reprodução/Redes Sociais Antes de se envolver com o PCC, Gritzbach era corretor de imóveis no Tatuapé, Zona Leste de São Paulo. Anos atrás ele passou a fazer negócios com Anselmo Bicheli Santa Fausta, conhecido como Cara Preta e que movimentava milhões de reais comprando e vendendo droga e armas para o PCC. Cara Preta gostava de investir o dinheiro do crime em imóveis, mas tinha um problema: não podia comprar em seu nome para não chamar a atenção das autoridades. Foi Gritzbach que apareceu com a solução. Além de conseguir imóveis de alto padrão, o corretor ainda providenciava os “laranjas”, que emprestavam o nome para que Santa Fausta adquirisse os imóveis. Há uns 5 anos, Gritzbach ofereceu outro negócio a Santa Fausta: criptomoedas. De olho na suposta rentabilidade da aplicação, Cara Preta teria dado R$ 200 milhões para que ele fizesse o investimento. Em 2021, no entanto, Cara Preta pediu a devolução de parte do dinheiro para investir na construção de um prédio, e Gritzbach teria começado a dar desculpas para não entregar os valores. Os dois tiveram uma discussão feia, segundo testemunhas. Dias depois, Cara Preta e o motorista dele foram assassinados numa emboscada no Tatuapé. Segundo o Ministério Público, Gritzbach foi o mandante do crime para não ter de devolver o dinheiro a ele. Como a execução aconteceu A história do homem executado a sangue frio no aeroporto mais movimentado do Brasil O ataque ocorreu por volta de 16h de sexta-feira. Vinícius voltava de Maceió (AL) acompanhado da namorada e foi surpreendido quando deixou o Terminal 2 do aeroporto. Vinicius Lopes Gritzbach trazia mala com joias que somam mais de R$ 1 milhão. Os produtos, segundo a polícia, tinham certificado de joalheiras caras como Bulgari, Cristovam Joalheria, Vivara e Cartier. Fontes dizem que Gritzbach viajou a Maceió (AL) para cobrar uma dívida. Ele foi morto ao desembarcar em Cumbica. Nenhum item foi roubado. Além dele, um motorista de aplicativo foi atingido pelos tiros e morreu no sábado (9) no Hospital de Guarulhos. Celso Araujo Sampaio de Novais, de 41 anos, foi atingido por um tiro de fuzil nas costas. Celso Araujo Sampaio de Novais, de 41 anos, motorista de aplicativo baleado em Cumbica na sexta-feira (8). Acervo pessoal Outro motorista de aplicativo e uma mulher que estava na calçada do terminal também ficaram feridos. O corpo de Vinicius Gritzbach foi enterrado neste domingo (10) no Cemitério Parque Morumby, na Zona Sul de São Paulo. A cerimônia de despedida foi restrita à família e não houve velório para evitar exposição dos familiares da vítima. LEIA MAIS: Delator do PCC executado no Aeroporto Internacional de SP trazia mala com joias que somam mais de R$ 1 milhão Corpo de delator do PCC executado em aeroporto de SP é enterrado na Zona Sul de São Paulo neste domingo VÍDEO: Motorista de app morto em ataque no aeroporto internacional de SP enviou mensagem para a esposa após ser baleado; veja Vinicius Lopes Gritzbach, que foi executado no Aeroporto Internacional de SP. Divulgação Gritzbach chegou a ser atendido pelo Corpo de Bombeiros, mas não resistiu aos ferimentos. Os tiros de fuzil calibre 765 partiram de dois homens dentro de um veículo modelo Gol, cor preta. Um dos seguranças estava com o filho de Vinícius, que chegou sozinho ao aeroporto. Segundo as investigações, o empresário tinha quatro seguranças, todos policiais militares de São Paulo. Eles foram identificados e serão interrogados, a princípio, na delegacia do aeroporto de Cumbica, além de terem os seus celulares apreendidos. A namorada do Vinicius foi embora antes da chegada da polícia, mas os investigadores já a identificaram e estão a levando para o DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), no Centro de São Paulo. Homem baleado no Aeroporto Internacional de SP Arquivo pessoal Pessoas próximas a Vinicius disseram informalmente aos investigadores que ele tinha conhecimento que desafetos sabiam da colaboração junto ao MP. O empresário temia pela própria vida, eles contaram. Os quatro seguranças estavam em um carro a caminho do aeroporto, mas o veículo quebrou no caminho. Um dos homens seguiu com o filho do empresário para o Terminal 2, enquanto os outros ficaram no veículo em um posto de gasolina. Essa versão é questionada pela polícia e os policiais militares, que atuavam como seguranças, foram afastados. Também houve um outro tiroteio perto do Hotel Pullman, nas imediações do aeroporto. Local do atentado no Aeroporto Internacional de SP, em Guarulhos Arte/g1

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2024/11/11/quem-era-o-delator-do-pcc-executado-a-tiros-no-aeroporto-internacional-de-sp.ghtml


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